Masturbação feminina: aprenda a priorizar o seu prazer

Que mulher já não ouviu frases como “feche as pernas”, “aja como mocinha” ou “tire a mão daí”, principalmente durante a infância e adolescência? Enquanto meninos são bombardeados com comentários e “brincadeiras” de teor sexual, além de serem expostos a conteúdos pornográficos desde muito cedo, essas frases continuam sendo usadas para o público feminino até hoje.

Salvo algumas exceções, a criação de meninas ainda é, em geral, regida por muitos tabus. A longo prazo, a mensagem que fica é a de que elas devem ter vergonha de seus corpos, desestimuladas quanto ao conhecimento sobre suas partes íntimas e sexualidade. Várias delas, por exemplo, só passam a saber o que é o clitóris (esse órgão incrível cuja função é propiciar prazer) e entender as maravilhas do próprio toque bem depois de alcançarem a fase adulta.

Sendo assim, elencamos três motivos para desmistificar a ideia de que a masturbação feminina é algo negativo (como você, mulher, provavelmente aprendeu), e sim, sinônimo de prazer, autoestima e autoconhecimento.

O toque é um processo natural

Um dos nossos cinco sentidos é o tato, que nos garante uma percepção física de onde estamos, dos objetos, do outro… Então, por que seria diferente com nós mesmos? Conhecer o próprio corpo por meio do contato das mãos com a pele é sempre benéfico e natural.

Não existe de vergonhoso ou errado em querer entender o seu “funcionamento”: o que te excita, suas zonas erógenas mais sensíveis e delicadas, quais estímulos funcionam melhor para você. Quando o assunto é a busca pelo prazer, é importante entender que a masturbação é uma prática saudável de autocuidado. E mais: tanto pelo toque, quanto pelo visual, familiarizar-se com a sua vulva também te ajuda a perceber processos fisiológicos que podem indicar a necessidade de visitar um médico.

O prazer feminino como protagonista

Aprenda a valorizar o seu momento de prazer, assim como você valoriza outras coisas que te trazem alegria. A masturbação não serve apenas para alcançar um orgasmo de tremer as pernas. É sobre a descoberta, a exploração revolucionária que nos coloca mais perto de quem somos. Esse autoconhecimento é o que nos guia em momentos a sós, a dois ou mais. 

Colocar as expectativas do seu prazer e orgasmo nas mãos de outra pessoa, sem saber minimamente quais são os seus desejos, é até injusto para com o seu relacionamento. A sexualidade é uma constante experimentação e mulheres não devem ter medo de expor suas vontades por medo de desagradar o(a) parceiro(a). 

A liberdade de sentir e ser o que quer

O exercício do toque é ótimo para se livrar dos padrões estabelecidos para as mulheres pela indústria pornô. Entenda: sexo não é uma performance — não existe forma certa de gemer, como jogar o cabelo ou tempo exato para gozar. Sexo e masturbação são momentos de liberdade, de intensidade e entrega ao prazer sendo aquilo que você é, sem medo.

Ou seja, se você chegou até aqui, tente se libertar de todas as “regras” que você já ouviu até agora. Muitas vezes, o que funciona para alguém, pode não ser interessante para você e vice-versa. Tenha sempre em mente que esse processo é só seu. O único ponto em comum é que todos estamos na mesma busca, então, sempre que possível, ouvir experiências reais pode deixar essa jornada mais leve e natural.