Já dizia nosso ilustre Gonzaguinha: “viver e não ter a vergonha de ser feliz”.

Então, convido você a ser feliz e viver cada dia como se fosse o último — sem medo de ser um eterno aprendiz. Para isso, o primeiro passo é aprender que a primeira conquista da sua vida é você mesmo. Isso é autoamor, autocuidado e autovalor. Essenciais para a nossa sobrevivência relacional.

E uma forte aliada nessa jornada é a dança, principalmente as mais sensuais (óbvio!).
Por isso, reuni algumas delas para você conhecer e praticar a que mais se identificar. Mas, antes de tudo, é necessário entender o que é a autoestima, como ela funciona no nosso dia a dia e como ela se relaciona com essas danças. Continue lendo!

Por que tudo começa com autoestima?
Vivemos em um mundo que dita padrões e lucra com as nossas inseguranças. Com isso, a autoestima ainda é um ponto muito sensível para muitas mulheres. Lembrando: é ela que corresponde à nossa capacidade de valorizar nossa identidade, de reconhecer nosso valor enquanto indivíduos únicos. Quando temos autoestima, somos capazes de avaliar situações de risco ou conflito com mais facilidade e, assim, nasce o autovalor, o saber aferir nosso capital intelectual e erótico para gerenciar nossos conteúdos emocionais de forma mais zelosa.

Não, não existe receita de bolo
Não existem fórmulas milagrosas para ser mais segura, apenas práticas que podem ajudar. Nós construímos nossa personalidade através da observação e vivência. Dificilmente uma pessoa será afetuosa se não receber essa criação em casa, por exemplo. A família nos ensina muito ao longo da vida. Depois, temos a escola e a vida social que trazem situações que nos modelam.

O principal é entender o processo de amadurecimento e de lapidação da autoestima como uma forma de “alinhamento e balanceamento” emocional. Abaixo, pontuo algumas orientações que podem fazer você ser mais feliz:

● Procure ficar perto de pessoas que acrescentem no seu crescimento. Acredite no poder da soma;
● Seja gentil consigo e com as pessoas ao seu redor;
● Respeite as regras básicas da civilidade;
● Procure fazer o seu melhor a cada dia. Não foque na perfeição!

Como as danças podem ajudar?
As danças sensuais podem trazer à tona sua confiança e desenvoltura, principalmente sem um(a) parceiro(a). O ponto aqui é o seu empoderamento.

Já parou para pensar que a dança é uma forma subjetiva de fazer sexo? Em um espetáculo de tango, quando os dançarinos se inspiram, quem suspira e transpira somos nós, os espectadores.

Isso porque a dança é uma das táticas mais antigas de sedução. E não precisa de acrobacias ou piruetas. Basta movimentar o quadril. Essa atividade é tão antiga, que na história da sexualidade constam escritos que as mulheres da época romana dançavam mexendo seus quadris contraindo a vagina. Ou seja, dança e pompoar juntos! Impossível dar errado.

Confira alguns tipos de danças sensuais que são sempre um sucesso:


● Strip tease: essa técnica consiste em tirar peças de roupa enquanto o seu quadril e braços se movimentam em harmonia erótica. Não há nudez, e sim, o uso de lingeries “estratégicas” para facilitar o contato íntimo. Qualquer mulher pode fazer!

● Chair dance: é a combinação perfeita entre dança e ginástica. Essa modalidade une a sensualidade e o equilíbrio do corpo, aumentando a sua autoestima e fazendo de você uma mulher independente e confiante na prática. É indicado para mulheres que possuem mais consciência corporal.


● Lap dance: é uma dança erótica, performada em cima do colo de uma pessoa
(sentada), que possui movimentos corporais mais lascivos e provocativos.
Indicada para todas também!
Gostou? Então, invista em você, transborde essa energia vital e canalize-a! Dance por
e para você. Se tiver plateia, o prazer virá em dobro.

Feminilidade é sinônimo de força
Ao contrário do que você deve ter aprendido até agora, a feminilidade não é
sinônimo de fragilidade. Esse é um conceito do século XVIII, época em que as mulheres ainda eram associadas à dependência, como seres assexuados e passivos. Ser você mesma, usando ou não a dança como um fator a mais de apoio, é ser forte.

Ter a sexualidade aflorada era desenhar um ser ameaçador que colocaria em risco o modelo familiar patriarcal burguês. Para “controlar” a mulher, era mais fácil disciplinar a sexualidade feminina, minimizando os riscos de “desregramento” e focando apenas na sua potencialidade geradora, reprodutiva. Graças aos deuses, acordamos a tempo!

 Hoje, estamos em uma nova era na qual a mulher que se reconhecer, se descobrir, ser reconhecida como um sujeito que existe, cheia de energia. Esse “novo modelo” de mulher busca com sede a plenitude, envolvendo o corpo e a mente. E como é gostoso perceber essa mudança no feminino em busca de autoconhecimento social, intelectual e sexual.

Por mais que esse processo leve anos para se fortalecer internamente, ele está conectado ao querer ser, querer viver, se posicionar e verbalizar. Não há caminho diferente para melhorarmos sem capacitação e muito estudo. A feminilidade, o feminino, a autoestima, a energia poderosa que a dança envolve… Tudo isso são ferramentas para a nossa “arquitetura” subjetiva.

Se for adepta à uma boa leitura, sugiro o livro “O avesso do avesso: feminilidade e novas formas de subjetivação”, da autora Márcia Arán. Aposto que esse material só somará na nossa reflexão!

Para quem chegou até aqui, parece que as heranças amargas do patriarcalismo estão deixando de algemar nossas mulheres, né? Ainda bem! Continuamos na luta!

Beijos da Ká!

Karina Brum

Sexóloga. Educadora Sexual; Palestrante; Psicóloga; Especialista em Saúde da Mulher.
Treinamento em Psicologia Humana dentro das organizações.